Sérgio Menezes/MK/Divulgação
No show em Belo Horizonte, Aline vai mostrar canções para adultos e crianças, mas garante que a mensagem é a mesma
Com três Grammys e mais duas indicações ao mais importante prêmio norte-americano da indústria do disco deste ano, a cantora gospel carioca Aline Barros é um fenômeno de massa. Ao usar o dom da música para “proferir a palavra de Deus”, a artista conseguiu angariar multidões para o seu rebanho e se tornar a principal referência da música cristã contemporânea no Brasil. A crise da indústria fonográfica não parece ter atingido a cantora, que contabiliza nada menos de 7 milhões de discos vendidos. Tantas conquistas não conseguiram afastar uma séria crise existencial que quase a levou a abandonar a carreira. Em 2004, depois de detectado um problema vocal, os médicos disseram que ela não poderia mais cantar. A fé, até então inabalável, estremeceu. “Não estamos livres do medo. Só não podemos deixá-lo nos superar. Na época do diagnóstico, o sentimento tentou me calar.” Mesmo fraca e debilitada, nunca deixou o problema dominá-la, conseguiu superar a adversidade e manter a carreira. Quinta-feira, ela mostra aos mineiros o resultado de sua persistência, em forma de música, no Chevrolet Hall.

O show ou evento – como gosta de se referir ao espetáculo – marca o pré-lançamento do DVD Caminho de milagres, gravado em junho, no Maracanãzinho, no Rio, diante de platéia de 12 mil pessoas. A produção chegará ao público em breve. “Vou interpretar algumas músicas novas e outros sucessos da carreira, como Recomeçar, que estava na trilha da novela Duas caras”, adianta. O encontro com os fãs terá uma parte dedicada às crianças, quando cantará composições como a Dança dos pingüins. Desde que nasceu o filho Nicolas, hoje com 5 anos, Aline Barros passou a dedicar atenção especial à garotada. Segundo ela, a proposta do trabalho não muda com a faixa etária dos fãs. “A mensagem é sempre a mesma: é a palavra de Deus para as pessoas por meio da música. A linguagem é que é diferente”, explica. Para tocar o coração da meninada, durante a apresentação ela lança mão de trunfos, como a companhia do filho e personagens como Tico Pingüim, Blue Dog e Nick.

O sucesso de Aline Barros não se restringe aos protestantes. Como poucos artistas da linha gospel, a cantora conseguiu romper as barreiras do preconceito com o estilo musical e transitar com desenvoltura em outras áreas do showbizz e do cenário pop. De Xuxa ao programa Hebe, passando pelas trilhas de novelas. “Não direciono meu trabalho a um só público. O que recebo de Deus, independentemente das barreiras, tem que ser levado para qualquer pessoa. É uma palavra viva que, quando canto, alcança tanto católicos quanto protestantes”, defende. E sem medo de arriscar em superproduções. “Usamos o que temos de melhor. Nosso espetáculo é bonito aos olhos, como devem ser as coisas de Deus”, explica a artista. Aline avalia que ainda tem muito para conquistar. “No dia em que achar que cheguei ao alto e começar a olhar para baixo só conseguirei ver descida. Os novos desafios vão surgindo e os encaro sem medo”, diz.

CONSAGRAÇÃO

Com 20 discos gravados, incluindo cinco em espanhol, quatro para o público infantil e seis DVDs, Aline Barros conseguiu alcançar um patamar invejável na carreira. Aos 31 anos, tem na prateleira discos de ouro, de platina triplo e de diamante. Também coleciona no repertório hits do universo gospel como Consagração, Fico feliz e O poder do teu amor, músicas que a ajudaram receber, por seis vezes, o Talento, uma das principais premiações do segmento. Fora do país, enumera participações em CDs de artistas como Ron Kenoly, Abraham Laboriel, Tom Brooks, Paul Wilber, Chester Thompson e Justo Almario.

EM FAMÍLIA

A carreira de Aline Barros começou cedo. Aos 2 anos, toda vez que o pai tocava violão a pequena se aproximava para tentar cantar. Aos poucos, a música foi virando profissão. Com 5 anos já cantava em casamentos e, aos 9, começou a acompanhar a banda do pai em cultos. Quando fez 14 anos gravou o primeiro disco, Tua palavra, que conquistou as rádios evangélicas cariocas. Daí em diante, nunca mais deixou as paradas.

A base pode ser a vocação, mas que sempre contou com estrutura profissional. Por trás de seu nome existe uma empresa familiar. O marido, Gilmar Santos, ex-jogador de futebol, é o braço direito. O pai, o pastor Ronaldo Barros, é músico de sua banda e empresário. Ele cuida da AB Records, gravadora dedicada ao gospel, junto com a mãe da artista, a pastora Sandra Barros, e o irmão Rafael Barros. Aline diz seguir à risca os preceitos que prega, não só na carreira como na vida pessoal. “Sou referência. Falo, prego e canto um estilo de vida. Por conta disso, sou uma abençoada”, conclui.

ALINE BARROS
Quinta-feira, 21h, no Chevrolet Hall (Avenida Nossa Senhora do Carmo, 230, Savassi).
Ingressos: 3º lote R$ 40 e 4º lote R$ 50.
Informações: (31) 2191-5700.
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Eginoaldo

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