SÃO PAULO - A mãe de Eloá Cristina Pimentel da Silva, de 15 anos, Ana Cristina Pimentel da Silva, de 42 anos, que vai buscar na Justiça uma indenização pelo assassinato, morta dentro de sua própria casa após 100 horas de seqüestro pelo ex-namorado, Lindembeg Alves;
- Perdi uma filha e quero uma indenização - disse a mãe de Eloá.
Ana Cristina afirmou que não sabe ainda qual o valor a ser pedido pelo advogado da família, o criminalista Ademar Gomes. É ele também quem assumiu a defesa do pai de Eloá, Everaldo Pereira dos Santos, foragido da Justiça de Alagoas e acusado de três assassinatos. Everaldo, que usava o nome falso de Aldo, está foragido novamente após ser reconhecido por conta de imagens divulgadas pela imprensa durante o seqüestro da filha. Santos é ex-policial militar e é acusado de pertencer a um grupo de extermínio em Alagoas.
Ademar Gomes calcula que a indenização possa chegar a R$ 2 milhões ou R$ 3 milhões, mas ressaltou que sua prioridade é buscar um habeas corpus para garantir a liberdade do pai de Eloá.
- No momento, estou preocupado com a liberdade de Everaldo, e não com a parte financeira. Mas, no decorrer do processo, vamos ter a oportunidade de pleitear uma indenização do estado - disse o advogado.
Ana Cristina, mãe de Eloá, também disse que não quer voltar a viver no apartamento onde a filha foi morta após ser mantida refém.
- Só quero lembrar dos momentos bons da minha filha, e não da agonia dela - disse Ana Cristina, em entrevista no escritório de seu advogado.
Ela, no entanto, não quer deixar a cidade de Santo André. Desde que soube da morte da filha no Centro Hospitalar de Santo André, a mãe de Eloá está hospedada na casa da amiga Miriam Marques Rabelo, uma comerciante de 47 anos, proprietária de uma lan house.
As duas se conheceram há 11 anos no templo da igreja evangélica Congregação Cristã que fica na Vila Suíça, um bairro de classe média baixa de Santo André.
A amizade tem sido o principal apoio de Ana Cristina, que perdeu a filha e ainda vive o drama de o marido estar foragido da Justiça.
- A Miriam é praticamente a mãe que não tenho mais - diz.
Ana Cristina está há dias sem dormir direito, não sente fome e passou a tomar antidepressivos. E reclama de um cansaço permanente.
- Só quero ficar num cantinho, não sinto força nos braços - conta.
Mas os dias de Ana Cristina têm sido agitados. A todo instante, recebe visitas de vizinhos e colegas da igreja.
Miriam afirma que algumas vezes pede para as visitas esperarem, pois a amiga precisa descansar. Ela diz que, na igreja, foi surpresa para todos a revelação de que o pai de Eloá, Everaldo Pereira dos Santos, usava um nome falso e é acusado de assassinato. "Conheço o Aldo, não o Everaldo. Ele é muito amoroso, não acredito que seja culpado."
Fonte: O Globo
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