O mundo está transformado numa coisa volátil. Ainda há pouco o preço do petróleo chegou quase aos cento e cinquenta dólares, agora está a ser negociado na casa dos setenta. A taxa da Euribor subiu como nunca, nas últimas semanas, para depois descer como há muito não se via.

A culpa é da crise, dizem. Da globalização, segundo outros. Do capitalismo, afirmam alguns. Todavia parece-me que a verdadeira origem da crise é muito mais profunda, radica no próprio ser humano.

Os amanhãs que cantam já não conseguem entusiasmar mais do que um punhado de apaniguados, e a fé humanista está cada vez mais desacreditada. As ideologias estão em crise, como se vê.

O comunismo já deu o que tinha a dar e o capitalismo atravessa uma das suas mais graves dificuldades de sempre. O mundo aspira por qualquer coisa nova e diferente, que lhe ressuscite a esperança.

Toda a gente diz que os líderes mundiais sofrem um défice de visão e competência, fala-se de corrupção à boca cheia e o desejado horizonte de calma e prosperidade parece cada vez mais longínquo.

Os números não iludem. Segundo Bono Vox, dos U2, “as estatísticas não são apenas números, têm caras, estão vivas e respiram”.

Quarenta por cento da população mundial vive com menos do que 1,50 euros por dia. Em África, a cada três segundos, morre uma criança, vítima da fome, da malária ou da tuberculose. Um terço da população mundial nunca usou o telefone. Oitocentos milhões de pessoas vão dormir sem uma refeição. Mais de mil milhões de seres humanos não têm acesso a água potável. Em Portugal uma em cada cinco pessoas vive no limiar da pobreza.

Por outro lado, uma percentagem significativa das verbas destinadas a Ajuda ao Desenvolvimento cai nas teias da corrupção. São sugadas pela máquina burocrática de algumas ONG, e muitos dirigentes africanos alimentam as suas contas bancárias com estas ajudas destinadas a combater a pobreza extrema.

É mesmo preciso mudar o mundo, e porventura a melhor momento de o fazer será agora, em plena crise, uma vez que as crises originam e facilitam sempre as mudanças profundas.

Os cristãos dizem presente nesta hora. No passado domingo começou uma Campanha Nacional Contra a Pobreza. Segundo o sítio do “Desafio Miqueias (http://www.desafiomiqueias.com/www.desafiomiqueias.com/Desafio_MIQUEIAS.html): “Sala cheia. Muito entusiasmo. Grande vontade de ajudar quem mais precisa. Foi assim o arranque da Campanha, na Igreja do Jubileu, em Setúbal. Com a presença de representantes das 8 organizações patronos do Desafio MIQUEIAS, que através de uma exposição expressamente realizada para o efeito apresentaram o trabalho que estão a realizar em benefício das populações mais pobres e vulneráveis, e o grande incentivo da Igreja do Jubileu que já apoia 500 famílias através do Banco Alimentar Contra a Fome.

Um pouco por todo o pais igrejas evangélicas aproveitaram o culto de Domingo para falar sobre pobreza e missão integral desafiando os cristãos a amar o próximo e a defender a causa dos mais necessitados através de uma participação cívica mais activa e mais trabalho no terreno.

Deus ama os pobres e Portugal pode contar com a comunidade evangélica na luta contra a pobreza e a desigualdade”.

Fonte: Setubalnarede

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Eginoaldo

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