O casal Alexandre Nardoni e de Anna Carolina Jatobá, pai e madrasta de Isabella Nardoni, 5, morta no último dia 29 de março, em São Paulo, afirmaram em entrevista no "Fantástico", da Rede Globo, que Deus "é a única testemunha" deles.
Os dois são apontados pela Polícia Civil como suspeitos do assassinato da menina mas, desde o princípio, afirmam que uma terceira pessoa agrediu, esganou e atirou a menina da janela do sexto andar.
"Eu queria dizer para vocês [espectadores] que nossa fé em Deus é inabalável. Eu quero que ele mostre para as pessoas essa pessoa que fez essa crueldade com a minha filha", afirmou Nardoni. "É o que eu peço todas as noites para Deus, que apareça o culpado", disse Jatobá. O casal falou com voz embargada e chorou em diversos momentos da entrevista.
Os dois afirmaram que eles, os filhos e Isabella viviam em harmonia; que o casal brigava como "um casal normal"; que os desentendimentos relatados por vizinhos são "inventados" --"nós nunca brigamos nesse apartamento"-- e que Isabella chegou a demonstrar vontade de ir morar com eles --a menina vivia com a mãe e visitava o pai a cada 15 dias.
"Nós passamos muitos momentos com ela marcantes, entende? Eu não consigo acreditar que fizeram isso com ela. Não entra na minha cabeça como uma pessoa tem a coragem de fazer isso com uma criança. A Isabella era tudo na nossa vida, era o tesouro da nossa vida", disse o pai. "Meus filhos são tudo na minha vida." O casal tem dois filhos --de um e de três anos.
Pré-julgamento
Nardoni e Jatobá disseram também que se sentem pré-julgados pela população e que isso "destruiu a vida" deles. "Para a polícia, só existiu nós dois dentro do apartamento", afirmou Jatobá.
O casal disse que, desde o crime, vive, ao lado dos familiares e dos filhos pequenos, uma "prisão domiciliar". "Todo mundo tem medo de sair na rua", disse Jatobá.
"Não posso falar que a responsabilidade é da mídia nem que a responsabilidade é da polícia. Eu não posso falar isso, ou estaria fazendo um julgamento também. Mas estão mostrando eu e minha esposa de uma tal maneira, explorando nossa imagem de uma tal maneira que eles não conhecem a gente para estarem falando do que falam", afirmou Nardoni.
Ele ressaltou que nunca encostou "um dedo" na filha, e Jatobá afirmou que Isabella não dava trabalho e "parecia um adulto".
"O duro vai ser a gente pagar por uma coisa que a gente não fez. Ficar 30 anos numa prisão sendo que não fizemos nada", afirmou Jatobá.
Sangue
Na entrevista, Jatobá afirmou que, na noite do crime, ninguém se machucou no trajeto entre a casa dos pais dela e o apartamento e "ninguém agrediu ninguém". Segundo a perícia, havia sangue de Isabella no carro da família o que comprovaria que as agressões contra a menina começaram ainda no veículo.
"Isso [de haver sangue no carro] não existe de maneira alguma." Jatobá afirmou que falou com Isabella pela última vez no caminho, e que ela pediu para "dormir um pouquinho".
Cadeia
Sobre os oito dias em que ficou presa na carceragem do 89º DP (Portal do Morumbi), Jatobá disse que "foi terrível". "Eu fiquei sem comer os três primeiros dias, não conseguia falar com ninguém. Eu só pensava nos meus filhos lá fora, na minha família. Eu nunca pensei que eu pudesse estar nessa situação, de ser presa".
De acordo com Jatobá, os dois filhos mais novos a estranharam ao vê-la depois de sair da prisão. "O Pietro falou 'papai, mamãe, vocês estão aqui mesmo?'. O Cauã ficou meio assim quando viu a gente, ficou no colo da minha mãe."
Fonte: Folha Online
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"Deus é nossa única testemunha", dizem pai e madrasta de Isabella à TV
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