da Folha Online

Centenas de jovens meninas, resgatadas do complexo de uma seita separada dos mórmons que pratica a poligamia no Texas (EUA), eram obrigadas a se casar e a manter relações sexuais com homens adultos, segundo documentos oficiais divulgados nesta terça-feira.

Meninas de 13 anos eram "espiritualmente casadas" e forçadas a manter relações "com o propósito de ter filhos", segundo uma investigadora dos Serviços de Família e Proteção do Departamento do Texas.

Várias meninas grávidas ou que haviam dado à luz recentemente foram descobertas no complexo da seita mórmon, invadido na sexta-feira passada após a denúncia feita por uma jovem de 16 anos.

A garota diz ter sido vítima de abuso sexual e físico e havia dado à luz um filho de seu marido, de 50 anos de idade, em um Estado onde, por lei, é proibido se casar com meninas menores de 16 anos.

"Existe um padrão dominante, uma prática de doutrinar e desposar meninas menores que aceitam casamentos espirituais com membros adultos da fazenda YFZ (Yearn For Zion) e que acabam sendo abusadas sexualmente", afirmou o investigador Lynn McFadden à Justiça.

"Casamento"

"Da mesma forma, meninos menores que moravam na fazenda YFZ, depois de se tornarem adultos, são espiritualmente casados com meninas e se iniciam em relações sexuais com elas, e como resultado eles se transformam em agressores sexuais", disse o investigador.

Segundo McFadden, "esses padrões e práticas se aplicam sobre as crianças da fazenda YFZ, tanto homens como mulheres, que correm risco de abuso emocional, físico e/ou sexual".

Cerca de 400 crianças foram retiradas desde sexta-feira da fazenda, localizada a sudoeste de Dallas (Texas), coordenada pelo líder da Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (FLDS, na sigla em inglês).

As crianças estão agora sob custódia das autoridades estaduais em San Angelo, junto com 130 mulheres, em sua maioria mães, que abandonaram o lugar.

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Eginoaldo

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