MINNEAPOLIS (ELCA) – A Assembleia Geral da Igreja Evangélica Luterana na América (ELCA na sigla em inglês) aprovou abertura do ministério ordenado a pastores gays e pastoras lésbicas que tenham relação estável.

A aprovação foi alcançada em uma votação com 559 votos a favor e 451 contra na instância mais elevada do corpo eclesiástico de mais de 4.6 milhões de membros. Anteriormente a Assembleia também havia aprovado uma resolução em que a igreja se compromete a encontrar um caminho para as congregações que optam por “reconhecer, apoiar e defender relações de mesmo gênero que são publicamente assumidas e monogâmicas”, apesar de nesta resolução não utilizarem a palavra ‘matrimônio’.

Essas ações mudam a política da igreja, que até então permitia que as pessoas de orientação sexual gay ou lésbica fossem incorporadas ao ministério quando exercessem o celibato.

Ao longo da Assembleia, que começou no dia 17 de agosto, a maioria dos 1000 delegados com direito de voto tiveram um debate sobre sexualidade humana. Na quarta (19) adotaram a declaração social sobre o tema como uma ferramenta educativa e um guia da política da igreja sobre sexualidade humana.

Antes da espinhosa discussão sobre a união entre pessoas do mesmo gênero no ministério, a assembleia aprovou por 771 votos favoráveis a 230 contrários uma resolução comprometendo a igreja a respeitar as diferenças de opiniões sobre o tema.
Durante as horas de discussão, conduzidas pelo bispo presidente da ELCA, reverendo Mark S. Hanson, os delegados tiveram vários momentos de reflexão para orar, algumas vezes em pequenos grupos em volta das mesas nas quais os membros com direito a voto debatiam e expressavam seu parecer.

As discussões demonstraram que o tema da sexualidade deve ser debatido em profundidade. O pastor Richard Mahan, do Sínodo da Virgínia do Oeste e de Maryland, manifestou-se contra a abertura do ministério sacerdotal a gays e lésbicas porque a considera contrária aos ensinamentos bíblicos. “Não posso compreender como a igreja que conheci por 40 anos pode apoiar aquilo que Deus condenou", defendeu. "Isso significa que a partir de agora se diz que nas Escrituras a homossexualidade e o casal de pessoas do mesmo sexo são aceitáveis por Deus", agregou.

Outros expressaram que a ampla aceitação de pessoas de orientação gay na igreja era consistente com a Bíblia. O bispo Gary Wollersheim, do Sínodo da ELCA do Norte de Illinois, disse que este era um tema de justiça e de hospitalidade, representando aquilo que Jesus espera das pessoas. Wollersheim anunciou que foi fortemente influenciado pelo diálogo nos encontros de jovens realizados em seu Sínodo.

Alguns oradores argumentaram que a aprovação de tal medida afastaria membros da ELCA e provocariam uma diminuição no número de fiéis. Allison Gutte, do Sínodo Metropolitano de Nova Iorque, frisou que viu congregações florescerem porque se comprometeram com esse tema ao reconhecerem os dons de pastores gays e pastoras lésbicas.

Tradução: Fábio Serrato

Fonte: Agência de Notícias da Aids
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Eginoaldo

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