RIO - Instrumento mais direto de intervenção junto ao eleitor, as emendas individuais - poupadas da tesourada pós-CPMF do presidente Luiz Inácio Lula da Silva - desenham as prioridades dos deputados federais do Rio para o estado. Ou para fora dele: parlamentares destinam parte delas para outros domicílios eleitorais pelo país afora. Outros optam por escolhas polêmicas, que incluem doação a igrejas, subvenção de projetos como o submarino nuclear e construção de obras faraônicas. Grande parte prefere repassar os recursos para entidades filantrópicas.
Eleita pelo Rio com 23.349 votos, a deputada Suely (PR) é uma fiel defensora do bem-estar dos paulistas. Todas as suas emendas foram destinadas para projetos de saúde, educação e construção de quadras esportivas em municípios paulistas. Deputados como Edmilson Valentim (PCdoB), Fernando Gabeira (PV) e Alexandre Santos (PMDB) também destinaram emendas para outros estados. O deputado Índio da Costa (DEM), por exemplo, apresentou emenda de R$ 5 milhões para a construção de um edifício da Polícia Federal no Distrito Federal. Já o deputado Vinicius Carvalho (PTdoB) destina R$ 200 mil para o Hospital do Exército de Tabatinga, no Amazonas.
Diante do universo de emendas, cerca de 1% privilegia entidades religiosas (R$ 4,3 milhões). O deputado Pastor Manoel Ferreira (PTB) reservou R$ 1,1 milhão para igrejas evangélicas e instituições ligadas a elas, no Distrito Federal. E mais R$ 300 mil para outra igreja, desta vez em Tocantins. Nenhuma igreja no Rio. Não foi o único: o deputado Eduardo Cunha (PMDB) destinou R$ 380 mil para uma mesma igreja (Catedral da Benção), também com sede em Brasília. A destinação religiosa também foi escolhida pelos parlamentares Marcelo Itagiba (para instituições israelitas e para o Banco da Providência) e Carlos Santana (para terreiros espíritas).
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