NOVA YORK - Alcides Moreno caiu de uma altura de 47 andares naquela manhã do mês passado, pendurado em sua plataforma de lavagem de janelas com 90 centímetros de largura quando ela despencou diante da fachada de vidro escuro do prédio de apartamento no Upper East Side. Seu irmão Edgar,que estava trabalhando com ele na plataforma, morreu. De alguma forma, Alcides Moreno sobreviveu.


Ele recebeu aproximadamente 14 litros de sangue e 11 litros de plasma e foi submetido a uma operação para abrir seu abdômen numa sala de emergência porque seu médico não quis se arriscar a movê-lo para uma sala de operação. Ao longo do mês de dezembro, ele sofreu nove operações ortopédicas. Mas, de alguma maneira, Alcides Moreno, o homem que caiu do céu, sobreviveu.

Em seu quarto de hospital, em meio a todas as máquinas que ajudaram a mantê-lo vivo, sua esposa, Rosario Moreno, ergueu a mão dele vezes sem conta para encostar em seu rosto e seu cabelo, esperando contra todas as esperanças que uma simples sensação tátil o faria se lembrar, ajudaria a trazê-lo de volta.

Aí, no Dia de Natal, Alcides Moreno (foto dir.) estendeu o braço - e tocou no rosto errado. Aparentemente ele tentou fazê-lo em uma das enfermeiras", disse Rosario na quinta-feira, descrevendo como ela brincou com ele, gentilmente, quando lhe contaram o que havia acontecido. "Olhei para ele e disse, ´Você não devia fazer isso. Eu sou a sua mulher, toque na sua mulher.`"

Pela primeira vez desde o acidente em 7 de dezembro, ele falou. "Ele se virou e, em inglês, disse, ´O que foi que eu fiz?`" disse ela. "Isso me espantou porque não sabia que ele podia falar."

Rodeada por médicos que ajudaram a salvar seu marido, Rosario contou sua história numa coletiva à imprensa em que profissionais médicos com longos anos de experiência no tratamento de lesões traumáticas usaram palavras como "milagroso" e "sem precedente" para descrever algo que parece notável: um homem que despencou por quase 150 metros até um beco de Manhattan agora está falando e, com um pouco mais de sorte, mais algumas operações e uma terapia de reabilitação, poderá perfeitamente vir a andar de novo.

"Se você acredita em milagres, este poderia ser um", disse o dr. Philip S. Bartie, chefe da divisão de tratamento intensivo do Centro Médico Weill Cornell do Hospital Presbiteriano de Nova York em Manhattan, onde Alcides Moreno, de 37 anos, está sendo tratado.


Fonte: O Verbo
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Eginoaldo

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