Helta (Líbano), 9 jan (EFE).- O pastor libanês Fadi Abdelal, seqüestrado no último domingo pelo Exército israelense em território do Líbano, denunciou hoje ter sofrido torturas nas mãos dos soldados israelenses durante o tempo em que esteve detido.

"Me bateram e me ameaçaram. Queriam saber para que grupo trabalhava e para quem espionava", disse Abdelal à Efe após chegar a seu povoado, Helta, no sul do Líbano.

Abdelal foi libertado ontem pelo Exército israelense, que o entregou sem dar explicações aos soldados da Força Interina da ONU no Líbano (Finul) no posto fronteiriço de Ras Nakura.

Já em território libanês, Abdelal passou a ser custodiado por soldados libaneses.

O pastor, de 21 anos, disse ter sido capturado no último domingo, quando estava comendo próximo da fronteira com Israel e foi surpreendido por soldados israelenses, que primeiro lhe chamaram em hebraico e depois em árabe.

"Me encontrava em território libanês, a cerca de 220 metros da 'linha azul' (que marca a fronteira entre Líbano e Israel). Os israelenses entraram e me levaram para território israelense após vendar meus olhos e prender minhas mãos às costas", disse Abdelaal.

O pastor indicou que no início os interrogatórios foram violentos, e que permaneceu o tempo todo com os olhos vendados.

"Não quero voltar a viver a mesma experiência. Nunca mais irei lá (no lugar onde o capturaram) embora seja parte do território libanês", disse o jovem, que após sua libertação acompanhou soldados libaneses e da Finul ao local onde foi capturado para demonstrar que estava em território libanês no momento do seqüestro.

O primeiro-ministro libanês, Fouad Siniora, anunciou hoje que o Líbano apresentará uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU pelo seqüestro de Abdelal, que ocorreu em território nacional.

A captura de Abdelal aconteceu dias antes de um foguete Katyusha ser lançado contra o norte de Israel de território libanês e de um atentado ser realizado contra tropas irlandesas, deixando três feridos

fonte: último segundo
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Eginoaldo

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