O bispo da Igreja Universal e candidato a prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (PRB), evitou nesta quarta-feira comentar os ataques do pastor evangélico Caio Fábio. Em vídeo publicado no YouTube --e divulgado ontem pelo ex-blog do prefeito Cesar Maia--, o ex-presidente da AEVB (Associação Evangélica Brasileira) acusa a Iurd (Igreja Universal do Reino de Deus) de lavar dinheiro para o narcotráfico da Colômbia.
"Eu sou membro da Igreja Universal, amo e respeito a minha Igreja, mas essas coisas têm que ser respondidas por eles. Eu sou candidato a prefeito do Rio. São controvérsias antigas, brigas antigas que voltam nos momentos dos processos eleitorais. Não cabe a mim responder", disse Crivella antes de participar de evento no centro do Rio.
No vídeo, disponibilizado em fevereiro de 2008, Caio Fábio critica as "guerras santas" promovidas pela Iurd e diz que a Igreja "começou com lavagem de dinheiro do cartel da Cáli, da Colômbia".
"Pode mandar a fita para o [bispo Edir] Macedo. Eu quero ver ele me chamar para dizer que não é verdade ou me chamar para qualquer tribunal. Eu levo 10 pessoas que trabalharam junto com ele e viajavam lá para Cáli para trazer dinheiro de traficante para começar a Universal", diz Caio Fábio.
O pastor também dirige críticas a outros grupos evangélicos, como a Renascer em Cristo e a Assembléia de Deus. Caio Fábio conta que ficou isolado em 1994 quando teve um atrito com o bispo Edir Macedo e diz que os inimigos usaram um relacionamento extraconjugal dele para destruí-lo.
Caio Fábio foi acusado de intermediar durante a campanha presidencial de 1998 o chamado Dossiê Cayman. Os supostos documentos provariam que o então presidente Fernando Henrique Cardoso, José Serra, Sérgio Motta e Mário Covas teriam milhões de dólares num paraíso fiscal do Caribe. As investigações concluíram que os documentos eram falsificados.
Em seu ex-blog, o prefeito Cesar Maia disse ontem que a entrevista de Caio Fábio foi gravada em Miami. Cesar, que até então vinha poupando Crivella de ataques diretos, classifica as declarações como "estarrecedoras".
Fonte: Folha Online
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