CURITIBA - A Polícia Civil de Londrina, no norte do Paraná, está perto de concluir a investigação sobre a morte do pastor da Igreja Presbiteriana Renovada do Brasil, Douglas Gonçalves Valle. Na madrugada de sábado, quatro suspeitos foram presos. O delegado-chefe da 10ª Subdivisão Policial, Sérgio Barroso, afirmou que informações extra-oficiais dão conta de que Valle teria sido mantido em cativeiro antes de ser morto e jogado no Rio Santa Cruz, na PR-445, próximo a Tamarana, norte do Paraná.
Valle, de 42 anos, havia sumido por volta das 17h do último dia 10 de abril, quando foi deixar o filho na igreja para um ensaio musical. O último contato dele foi com uma pessoa da própria congregação. A principal hipótese da polícia é que ele tenha sido vítima de latrocínio (roubo seguido de morte). O corpo foi encontrado no dia 13, com as mãos amarradas para trás, com um cobertor enrolado nas pernas e com lesões na cabeça.
Um mandado de busca e apreensão foi expedido no fim da tarde da última sexta-feira pela juíza da 3ª Vara Criminal, Oneide Negrão, e cumprido antes das 6h de sábado na Rua Serra dos Pirineus, nº 843, no Jardim Bandeirantes, zona oeste de Londrina. Foram presos Fabiano Zanata Kraiz, de 20 anos; Vanderlei Stockmann, de 25; Eder Suzatti, de 26; e Genésio Vaiz, de 28. Segundo Barroso, todos estavam morando no local há cerca de um ano e tiveram a prisão temporária decretada.
O delegado explicou que as investigações chegaram aos quatros suspeitos depois de rastreadas as operações do cartão de crédito do pastor.
- Eles fizeram compras no Paraguai com recursos do pastor e voltaram de ônibus de Foz do Iguaçu para Londrina na tarde do sábado - afirmou.
Na casa dos suspeitos, foram encontrados equipamentos como máquina fotográfica digital e filmadora. As passagens de ônibus utilizadas para a viagem de Foz a Londrina também foram localizadas na residência, além de dois celulares apreendidos, roubados do pastor.
As investigações apontam que o pastor tenha estado na residência antes de ter sido morto.
- Temos suspeitas de que o pastor tenha estado nessa residência e tenha sido agredido antes de ser morto - disse Barroso.
De acordo com ele, uma perícia detalhada, utilizando um componente químico, mostrou vestígios de sangue no quarto de um dos suspeitos.
- A criminalística utilizou um produto chamado luminol que, embora a olho nu não se veja nada, detectou muito sangue. Eles lavaram o quarto, mas mesmo assim ficaram vestígios, inclusive em um pedaço de madeira do guarda-roupa, onde espirrou sangue - contou.
Na casa, Barroso informou ainda que foram encontrados dois cadarços de cor cinza.
- As mãos do pastor foram amarrados com cadarço da mesma cor. A perícia vai ver se são do mesmo par. Além disso, o cobertor em que ele foi encontrado enrolado é do mesmo tipo dos outros da casa. Isso confirma que o pastor esteve ali, foi agredido e amarrado - ressaltou.
Conforme o delegado, a residência do pastor estaria localizada a cerca de 400 metros da casa dos suspeitos. A polícia continua trabalhando com a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte). Diversos delegados estão envolvidos na investigação do caso.
- Demos uma prioridade, porque o crime chocou a cidade - justificou Barroso.
Entretanto, de acordo com o delegado, o pastor pode ter sido morto porque teria reconhecido um dos suspeitos.
- Ainda não podemos afirmar isso, mas ele pode ter reconhecido o Fabiano, que trabalhava em uma churrascaria muito frequentada pela família do pastor. E, para não serem reconhecidos depois, teriam matado o pastor - diz.
Barroso não confirma nem descarta qualquer outra hipótese.
- Se houve outra motivação, só no final da investigação para apurarmos - disse.
Os suspeitos serão interrogados diversas vezes ao longo da semana. O delegado acredita que o carro do pastor ainda esteja no Paraguai. O irmão do pastor, Paulo Valle, disse que não poderia falar com a imprensa para não atrapalhar a investigação.
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